quinta-feira, 5 de março de 2009

COMJUNTO PARTICIPA DE PALESTRA COM JORNALISTA DA CAROS AMIGOS


O jornalista e escritor Georges Bordoukan, colunista da Revista Caros Amigos, está na Paraíba para participar de uma série de atividades na UFPB. Nesta quinta-feira, (5), o libanês, que vive no Brasil desde os dez anos de idade, foi ao auditório do Centro de Tecnologia da universidade falar sobre Violência no Oriente Médio. A palestra foi promovida pela organização do VI Encontro do Fórum de Mulheres da UFPB, que integra a programação do VI Congresso Internacional da Abralin – Associação Brasileira de Lingüística.

Militantes do ComJunto se fizeram presentes ao evento, onde trocaram contatos com o palestrante e lhe entregaram um press-kit da III Semana pela Democratização da Comunicação, realizada em 2008. O coletivo já organiza a programação da edição 2009 da Semana e pretende atrair nomes importantes para a discussão do tema.

A palestra

Especialista em Oriente Médio, e polêmico por sua posição crítica em relação a Israel, Bordoukan falou sobre as consequências da guerra permanente para os civis palestinos. “A mãe palestina, se está dentro de casa, não sabe quando vai cair um foguete e matar toda a família. Se as crianças vão para a escola, ela não sabe se voltam”, proferiu o jornalista, para quem o maior culpado pelos ataques violentos de grupos palestinos são Israel e os EUA. “Não existe um povo que se revolte com tamanha violência se não estiver sendo oprimido violentamente. Quem provoca a reação não é o oprimido, é o opressor”.

Para Bordoukan, Israel é um “posto militar”, cuja função é, entre outras, alimentar o consumo de armamentos pelos países vizinhos. “Para se ter uma idéia de quanto eles (países do Oriente Médio) consomem de armamento, no ano passado, U$$ 1,5 trilhão foi o que faturou a indústria bélica”, falou Bordoukan.

O jornalista ainda falou sobre os impactos econômicos da criação do Estado de Israel e o agravamento dos conflitos na região. “Aquele povo hoje sobrevive das oliveiras. Em 1933 a Palestina era o maior exportador de laranja do mundo”, disse Bordoukan.

Bordoukan substituiu o professor e também jornalista José Arbex Jr., que não pôde comparecer ao evento. O jornalista fica na Paraíba até a próxima segunda-feira (6).

Georges Bordoukan

Por Leonardo Vinhas

Georges Latif Bourdoukan nasceu em Miniara-Akkar (Líbano) em 1943 e veio para o Brasil com dez anos de idade. Começou a militar em grupos estudantis aos dezesseis, militância que lhe rendeu a primeira de muitas prisões. Aos dezoito iniciou sua carreira jornalística e trabalhou para diversos veículos de mídia impressa, dentre eles o jornal Última Hora, publicação esquerdista que foi estrangulada pela ditadura militar.

Ele também participou do núcleo de redação do Globo Repórter e esteve presente (ainda que amplamente censurado) nos eventos que marcaram a luta sindical no Brasil no fim dos anos 70, ainda como jornalista da mesma Rede Globo. Fundou com colegas o Jornal de Jerusalém, especializado em assuntos do Oriente Médio, e ainda dirigiu a Revista Palestina (órgão oficial da OLP no Brasil) e a Revista dos Estados Árabes.

Abandonou o jornalismo diário para se dedicar a reportagens mais extensas e à literatura, já tendo publicado quatro livros: O Peregrino, A Incrível e Fascinante História do Capitão Mouro, Vozes do Deserto e a peça O Apocalipse. É cronista da revista Caros Amigos, para a qual colabora desde sua primeira edição.

Blogue do Bordoukan:
http://www.blogdobourdoukan.blogspot.com

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