quinta-feira, 15 de setembro de 2011

#Pelocinepb

“Porque a Paraíba precisa ser assistida” ?


Ao Sr. Secretário de Estado da Cultura Chico Cesar
A Paraíba disputa hoje o terceiro lugar do Nordeste em produção audiovisual, sendo que boa parte desta produção acontece não apenas em João Pessoa, mas em todo o território do nosso estado. Na cidade de Campina Grande, para o VI Festival Comunicurtas de Audiovisual, mais de cento e dez filmes feitos na Paraíba foram inscritos e esse número só cresce a cada ano, mostrando que aqui se produz cada vez mais e melhor, embora não haja espaço para exibição de tantas obras cinematográficas. Desta forma, a proliferação desesperada de Festivais que agonizam o espaço do cinema paraibano para os paraibanos é cada vez mais evidente. Diversas cidades do interior buscam a valorização do audiovisual enquanto manifestação cultural e artística, enquanto reflexo de uma sociedade que pede para se ver na tela. É imperativo que o poder publico fomente o audiovisual com editais regulares e verbas à altura do expressivo movimento de produção e exibição de audiovisual que grassa por todo o Estado!
Atualmente estamos diante de um impasse cujo cerne é um monumento histórico de Campina Grande: o Cine São José. Construído na década de quarenta e sucateado até o presente momento, este gigante da história cinematográfica clama por ação de seus amantes, requerendo seu espaço no meio do atual levante do audiovisual paraibano. “Reforma” é a palavra central neste movimento. Não apenas uma reforma que devolva ao Cine São José a beleza e atividade de outrora, mas principalmente a reforma da maneira de pensar cinema neste estado. Cinema, assim como qualquer outra arte, necessita de público, o qual por sua vez também é ávido por consumi-la. Precisa-se, neste momento, transformar em grito os sussurros de uma cultura da miséria evidenciada por parte das autoridades responsáveis. Reforma conforme levantada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba em seu projeto inicial, que ao analisar a área do Cine São José construiu toda uma perspectiva de exibição do audiovisual, contemplando ainda a construção de um anfiteatro, café, áreas de música, dentre outros aspectos que contemplam sim a cultura como um todo, mas deixando ainda intacto o patrimônio do Cinema Paraibano. O projeto do IPHAEP aqui defendido não exclui nenhuma arte, como fruto inconseqüente de um separatismo artístico onde Cinema intriga-se de teatro, música e outros, mas em verdade ressalta o cinema enquanto arte de síntese, agrupando ali, sob sua batuta, outras formas de se ver a arte. Cinema precisa ser exibido. Nosso cinema precisa ser exibido. E o Cine São José clama sua chance de voltar a ser algo mais que entulhos. A Paraíba precisa ser assistida hoje.
É o cinema quem nos permitirá não apenas conhecer nosso contexto sócio-cultural, mas também mostrá-lo ao mundo. Chegou a hora de levantar a máscara de pobres coitados e deixar transparecer o rosto de um povo que precisa mostrar sua essência, de produtores e consumidores de uma arte que não deveria ser associada exclusivamente a grandes centros onde a indústria do entretenimento tantas vezes faz calar a arte em prol da bilheteria. Somos todos paraibanos, somos todos capazes, somos todos CINEMA.

Sendo assim, os motivos mais urgentes desse abaixo-assinado são:

-A divulgação da pauta com o plano de ações, atividades e investimentos voltados ao fomento, difusão e preservação do cinema paraibano;

-Resposta à "Carta de Coremas" entregue durante reunião com representantes e ABD-PB à SECULT. Carta escrita e assinada por cineastas paraibanos durante primeiro festival de cinema em Coremas;

-Tornar público, previamente à sua execução, o projeto do Cine São José assim como os laudos técnicos que os certificam.

Campina Grande, Paraíba, 03 de Setembro de 2011
Movimento pelo Cinema paraibano.

Para assinar este abaixo assinado, clique aqui

Um comentário:

  1. Que surpresa agradável tive ontem ao ver o Movimento pelo Cinema Paraibano (MCP) no Cineport 2011. Finalmente, depois de quase sete anos de um governo “socialista” em João Pessoa e de quase um ano deste mesmo “governo” na Paraíba, um grupo de artistas se organiza para reivindicar uma política pública cultural para o Estado. Destaco partes do panfleto que recebi do MCP e que são objeto de minhas preocupações há muito tempo (vejam em meu blog: ed_porto.blog.uol.com.br): “... insatisfação dos artistas/realizadores com o descaso das autoridades do estado da Paraíba em relação às políticas públicas culturais...” e “... cultura da miséria evidenciada por parte das autoridades responsáveis”. Quiçá o MCP inspire os atores, escritores, dançarinos, fotógrafos, artistas plásticos e outros grupos de artistas paraibanos na tentativa de exigir da SECULT uma política cultural para nosso Estado. Embora, a meu ver, isso só seja possível com o comprometimento de outro secretário, pois este que aí está já deu provas mais do que suficientes de sua incompetência nos mais de 2 anos em que tenta fazer dos cargos a vitrine pessoal de seu ego. Abraço. Ed Porto

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