A primeira edição do #OcupePortoDoCapim ocorre no próximo sábado, dia 1º de junho, com concentração às 14h na Praça Antenor Navarro, e segue com atividades durante a tarde e a noite, na própria comunidade. O objetivo dessa mobilização é realizar uma ação informativa e cultural que traga mais visibilidade à luta da população do Porto do Capim.
Há alguns meses, a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) apresentou um projeto de revitalização para o Porto do Capim que tem por objetivo desenvolver um dito complexo turístico-cultural no local. Essa revitalização é parte de um grande projeto para o Centro Histórico, proposto pela Prefeitura em parceria com o Governo Federal, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – Cidades Históricas e da Caixa Econômica Federal em conjunto com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para implantação da Iniciativa de Fomento às Cidades Emergentes e Sustentáveis (ICES). Segundo esses agentes, o objetivo desses investimentos é promover a qualidade de vida, o desenvolvimento econômico e a proteção ao meio ambiente.
No entanto, a partir do contato que algumas entidades mantêm com a comunidade, a exemplo da Cia. da Terra, com o projeto Subindo a Ladeira, percebeu-se que havia uma ansiedade por parte de seus moradores em não saber de fato o que iria acontecer com suas vidas a partir da implementação desse projeto. Em outras palavras, não houve real interesse do poder público em aprofundar o diálogo com a comunidade, para conhecer seus reais anseios e necessidades – mesmo sabendo que ela é a principal interessada no processo de melhoria do local – afinal, são as pessoas que fazem a vida acontecer ali. Por isso, nesse momento, a comunidade vive uma situação muito delicada.
Como agravante, essa proposta vai na contramão do discurso da prefeitura, pois prevê a retirada dos moradores de suas casas e sua alocação em unidades habitacionais minúsculas (que não levam em consideração a quantidade de pessoas que compõe cada família), dando lugar à uma grande “praça” de concreto que visa à realização de grandes eventos, privilegiando o turismo de massa, que não agrega a comunidade nem a qualifica para tal, além de intensificar as agressões ao meio ambiente e às pessoas que vivem ali há muitos anos. Em resumo, a luta é para que haja visibilidade para outras alternativas de reurbanização do lugar, que tragam um olhar mais humano, sustentável, e menos mercadológico.
É importante lembrar que a mobilização é um ato a favor da permanência da comunidade no Porto do Capim e da requalificação urbana da área, e não um simples evento. Nesse sentido, os moradores da comunidade, através da Comissão Porto do Capim em Ação, em conjunto com a sociedade civil que abraçou a causa, planejaram um dia de ações contra o projeto da PMJP.
Esse dia será repleto de atividades que enfatizam o quão rica é a comunidade do Porto do Capim e o quanto é importante sua luta. Haverá apresentações de vários artistas influentes no cenário cultural local, como Escurinho, Glaucia Lima, Adeildo Vieira e Grupo Los Iranzi, entre outros, bazar comunitário, Pós TV (programa online trazendo debates importantes, com representantes convidados da PMJP, do IPHAN e dos moradores), além de outras intervenções que acontecerão nas ruas, feitas pelas pessoas que estão interessadas na melhoria da comunidade.
Ocupe você também o Porto do Capim!
SERVIÇO
O quê? #OcupePortoDoCapim contra a retirada da comunidade
Quando: 1º de junho (sábado)
Horário: 14h
Onde: Concentração na Praça Antenor Navarro e programação na Comunidade do Porto do Capim
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